Neste período, eu alugava um jogo nos fins de semana e acompanhava os lançamentos mensalmente pela revista GamePower. Eu tenho em casa as revistas GamePower de 1 a 20:
A última revista GamePower que comprei foi a de número 20 que saiu em fevereiro de 1994. Nesta época eu já estava bastante dedicado à programação de jogos. No tempo que sobrava, eu jogava jogos de luta.
Devido ao enorme sucesso do jogo Street Fighter II no Super Nintendo, em quase toda esquina da cidade de Belém passou a ter alguma casa com vários Super Nintendos disponíveis onde você podia pagar para jogar Street Fighter II por uma hora.
Perto da casa do meu pai tinha uma dessas casas de games. Ela era mantida por dois irmãos. Fiz amizade com eles e frequentemente passava por lá para disputar Street Fighter II ou apenas para conversar com os meus amigos.
Durante o ano de 1994, o meu foco no Super Nintendo foi treinar para disputar em jogos de luta. Eu treinei pra valer nos jogos Street Fighter II Turbo, Mortal Kombat e Mortal Kombat 2:
Fiquei conhecido nesta casa de games. Às vezes marcavam desafios comigo para o fim de semana. As disputas eram momentos muito emocionantes, com direito a torcida. Foram bons tempos vividos nesta casa de games.
Além desses jogos de luta, teve apenas mais um jogo que eu joguei em 1994, que foi o RPG Shadowrun:
Eu aluguei este jogo no início de 1994 e gostei muito da ambientação do jogo que possui uma temática mais madura. Por ser um jogo longo e complexo não dava para concluí-lo em um fim de semana. Mesmo que eu alugasse novamente, dificilmente ainda estaria lá o arquivo de save com o meu progresso.
Na locadora que eu aluguei o Shadowrun, tinha uma relação de jogos usados que eram vendidos a um preço acessível. Eram jogos que não eram muito alugados, por isso o dono colocava para vender.
Eu imaginava que o Shadowrun não era muito alugado nesta locadora, pois o estilo RPG não era muito popular, principalmente devido a dificuldade de entender os textos em inglês. Eu ficava insistindo com o atendente da locadora dizendo para eles colocarem o Shadowrun na lista de venda dos usados. Um dia quando voltei na locadora, o atendente me chamou e disse que conversou com o dono. O dono tinha autorizado a venda do Shadowrun para mim pelo preço dos jogos usados. Eu fiquei muito feliz.
Em relação à história do Shadowrun, logo nos primeiros minutos do jogo, o seu personagem é assassinado por uma gangue:
Em seguida, aparece uma raposa correndo em sua direção. Ao chegar do seu lado, a raposa se transforma em uma mulher e lança um feitiço em você:
Após isso, aparecem os agentes funerários e te levam para o necrotério. Você acorda dentro da gaveta do necrotério, confuso e sem lembrar de nada. Quando você abre a porta da sala que está, os agentes funerários se assustam e correm desesperados para outra sala. A porta deles está trancada e se você tentar conversar, eles respondem:
- Não tem ninguém aqui, só nós… ratos!
Shadowrun possui muitos ambientes interessantes. Em uma parte do jogo, temos de entrar no show da cantora de rock Maria Mercurial:
Através da tela de diálogos conhecemos vários personagens interessantes:
Shadowrun foi a minha última grande aventura no Super Nintendo. No final de 1994 eu parei de jogar videogames, mas continuei com a minha dedicação à programação de jogos.
Esses são os cartuchos de Super Nintendo que tenho em casa: